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Irmã Ambrósia Ana Sabatovycz

Servas de Deus

Nasceu na aldeia de Turynka, município de Zhovkva, Ucrânia, em 2 de agosto de 1894. No batismo realizado na igreja local recebeu o nome de Ana. Como tantos outros lavradores ucranianos, seus pais Nicolau Sabatovycz e Justina Skoropad, forçados pela falta de terras para cultivar, trataram de juntar-se aos grupos de imigrantes que saíam da Ucrânia em busca de melhores condições para viver, trabalhar e garantir o futuro dos filhos.

O processo de imigração teve início em 1895 e “foi nesse ano que chegou ao Brasil a primeira grande leva de ucranianos vindos da Galícia (Ucrânia Ocidental) em busca de terras férteis do Sul do país. Nicolau e Justina, levando consigo o primogênito João, 4 anos, e Ana, 1, enfrentaram heroicamente as dificuldades da longa e desconfortável viagem, vindo a se estabelecer, em setembro de 1895, nas imediações de Prudentópolis-PR, hoje município de Guamiranga.

Ana foi crescendo envolvida pelo amor da família, na qual reinava o espírito cristão. Frequentavam a Igreja de São Basílio Magno, em Prudentópolis, onde os Padres Basilianos, primeiros missionários na região, atendiam zelosamente os seus paroquianos catequizando as crianças e completando a educação religiosa, geralmente iniciada nas famílias.

Em 1911 chegaram da Ucrânia as primeiras Irmãs missionárias Servas de Maria Imaculada, as quais exerceram significativa influência sobre a jovem Ana. Aos 22 anos, sentindo-se chamada a ser uma delas, ingressou na Congregação. No dia 28 de agosto de 1917 submeteu-se às prescrições da Constituição. Passou pelas etapas de formação e, em 22 de dezembro de 1925, emitiu os votos perpétuos, selando para sempre a sua pertença à Congregação.

Irmã Ambrósia era robusta e de baixa estatura. Sempre pronta e serviçal, não media esforços na missão, mostrando-se sempre muito dedicada à Congregação. Consagrou os seus primeiros anos de vida religiosa aos serviços caseiros, cozinha e horta. Mais tarde, aprendeu a cuidar dos enfermos, aos quais dedicava toda a sua atenção. Saía-se excelentemente bem nesse campo. Entendia bem o assunto e tratava o povo com grande esmero. Os pacientes depositavam nela toda a sua confiança.

Trabalhou em várias localidades no Paraná e Santa Catarina, onde as Irmãs tinham a sua missão. Em 1931, juntamente com duas Irmãs Servas, deu início à comunidade das Irmãs na Colônia Marcelino, município de São José dos Pinhais-PR. Ali a sua permanência e serviço deixaram marcas indeléveis, levando o povo a homenageá-la com o nome da “Escola Estadual Irmã Ambrósia Ana Sabatovycz”. Em Marcelino, Ir. Ambrósia desempenhou a missão de professora, catequista, enfermeira (curava com plantas medicinais) e prestava serviços gerais. Também lecionava a Língua Ucraniana, mesmo que naquela época o nacionalismo impedisse a expansão dessa cultura. Irmã Ambrósia se esmerava em prestar serviços apostólicos e catequese nas igrejas da periferia de Marcelino ou, se necessário, atendia as meninas internas do colégio. O gosto pelos concertos infantis fazia parte dos seus trabalhos.

O povo, ainda hoje, testemunhando em seu favor, diz: “Ela era uma Irmã para tudo”.

De Marcelino, Irmã Ambrósia foi para Curitiba e, de lá, para Rio das Antas, município de Cruz Machado-PR, onde aconteceu uma grande tragédia. A história da casa registra um fato chocante. Na noite de 28 de fevereiro de 1943, por volta das três da madrugada, um súbito sinistro atinge a residência das Irmãs. Ir. Ambrósia apela para que as Irmãs procurem se salvar do fogo e tenta resgatar as meninas internas, porém não consegue porque as chamas se alastram rapidamente, consumindo a escada para o andar superior, onde se achava o dormitório. Nada sobra da moradia, queimando Irmã Ambrósia e as seis internas. Morre realizando um ato de heróica caridade. O crime não foi desvendado nem o autor descoberto ou punido.

O enterro das sete vítimas foi realizado no dia seguinte, na presença de grande multidão, que chorava e lamentava o acontecido, principalmente os pais e familiares das crianças carbonizadas. Era domingo e o povo vinha para a igreja a fim de participar da Divina Liturgia. Os corpos das vítimas foram sepultados no cemitério local.

No lugar onde pereceram foi erguido um monumento de pedras encimado por uma grande cruz de madeira. O povo começou a rezar pela intercessão da Irmã Ambrósia e muitos tiveram suas orações atendidas, recebendo graças pela sua intercessão. Em vista desta fama de santidade, foi iniciado o processo de beatificação em 30 de maio de 2008.

Iniciando em junho de 2008, a cada mês, sempre no dia 28, é celebrada a Divina Liturgia pela beatificação da Serva de Deus Ambrósia. O processo se encontra em andamento.