Irmã Anatólia Tecla Bodnar
Servas de Deus
Irmã Anatólia, no batismo Tecla Bodnar, nasceu em 29 de março de 1884, em Zhuzhel, Província da Galícia, Ucrânia Ocidental, numa família ucraniana católica de profundos princípios cristãos. Seus pais, Gregório Bodnar e Pelágia Lutsyk, deram-lhe uma sólida educação religiosa. Tecla tinha oito anos de idade quando foi testemunha ocular da fundação de uma nova família religiosa na Ucrânia, a Congregação das Irmãs Servas de Maria Imaculada, da qual viria, mais tarde, tornar-se membro.
Aos 18 anos ingressou na Congregação das Irmãs Servas de Maria Imaculada, motivada pela obediência absoluta e entrega de Jesus ao Pai, durante a sua vida oculta em Nazaré. Desde o início, assumiu com grande entusiasmo a sua caminhada espiritual.
Iniciando o noviciado das Irmãs Servas de Maria Imaculada, adotou o nome de Irmã Anatólia. Feito o noviciado, decidiu emitir os primeiros votos no dia 13 de setembro de 1904. Em 15 de fevereiro de 1911 engajou-se para sempre na Congregação, fazendo dela a sua profissão perpétua. Nessa data, Irmã Anatólia começou uma nova fase de sua vida. Fez a sua Profissão Perpétua tendo em vista que em breve partiria como missionária para o Brasil.
A viagem das primeiras sete religiosas ucranianas para a terra de Santa Cruz ocorreu entre 23 de fevereiro e 23 de março de 1911. Chegando ao Porto de Santos-SP, seguiram de trem até Ponta Grossa-PR, onde o grupo se dividiu.
Irmã Anatólia foi para Prudentópolis, assumindo as responsabilidades em relação à Igreja – casa de Deus e o serviço aos doentes. Destacou-se heroicamente nessa última tarefa. No seu entender, o doente é o próprio Cristo. Para bem atendê-lo, ela renunciou a tudo, ao próprio descanso e, às vezes, até à alimentação.
Dotada de um carisma especial, atendia a todos generosamente e sem exceção. Convicta de suas fraquezas humanas, colocava toda a sua confiança no Senhor e, com a ajuda de sua graça, operava verdadeiros milagres no campo da Medicina. A exemplo do próprio Cristo, seu esposo, passou por esta terra fazendo o bem a todos.
Irmã Anatólia exerceu durante 13 anos a função de Mestra do Noviciado. Formou um grande número das primeiras Irmãs Servas brasileiras. De acordo com o testemunho de suas noviças, ela educava não só com as palavras, mas acima de tudo com o seu exemplo de verdadeira Serva de Maria Imaculada.
Em 1928 assumiu o cargo de Superiora Maior da Congregação e durante o primeiro Capítulo Geral na Ucrânia, em 1934, foi nomeada Superiora Provincial da Província São Miguel Arcanjo no Brasil. Enfrentou muitas dificuldades no exercício deste cargo de grande responsabilidade, mas com o seu espírito humilde e determinado, de oração e confiança em Deus, venceu os desafios, exercendo o seu mandato até 1947.
Zelosa pelo crescimento da missão das Irmãs, abriu 18 casas nas colônias espalhadas pelo Paraná e Santa Catarina. Procurou melhorar sempre mais o ensino nas escolas das Irmãs, providenciando oportunidades para que pudessem se aprimorar como professoras, fazendo cursos de férias e prestando os exames exigidos naquela época.
Depois de terminar a função de Superiora Provincial, ainda atuou por alguns anos como vice da superiora local e assistente da Mestra do Noviciado. Seus dois últimos anos de vida foram marcados de modo particular pela cruz. Acometida por uma incurável gangrena, passou-os no leito de dor. Este tornou-se o altar de imolação total pela Igreja, pela Congregação, pelos sacerdotes e pelo seu querido povo ucraniano no Brasil, para o qual dedicou o melhor de sua existência. Faleceu santamente em 16 de fevereiro de 1956, em Prudentópolis, confortada com os últimos sacramentos. Seus restos mortais aguardam a “ressurreição dos mortos” no cemitério da Paróquia de São Josafat, naquele município.
Como ajudava as pessoas na terra, Irmã Anatólia prometeu continuar ajudando depois da sua morte. Logo após o seu falecimento, as pessoas que a conheciam começaram a rezar pela sua intercessão e a receber graças. Em vista de sua crescente fama de santidade, foi iniciado o processo de sua beatificação em 18 de junho de 1993.
Considerando os seus méritos, foi-lhe destinada uma rua no Bairro Bacacheri, em Curitiba-PR. Algumas casas das Irmãs receberam-na como padroeira: Escola Madre Anatólia, em Curitiba; Casa Madre Anatólia, em Paulo Frontim; Vila Madre Anatólia (Casa das Irmãs idosas), em Prudentópolis; Apartamento Irmã Anatólia, em Lviv, Ucrânia.